domingo, 11 de setembro de 2011

Heterossexuais são alvos
de preconceitos na ECA

Já virou rotina na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. O pequeno grupo de heterossexuais presentes na faculdade vêm sendo alvo de constantes manifestações preconceituosas por parte dos homossexuais, a grande maioria. O reduto hétero é considerado um clã em vias de extinção na ECA. Maus tratos, abusos de autoridade, trabalho escravo, entre outros, estão na lista dos atos cometidos aos heterossexuais. E o motivo é apenas um: a orientação sexual.

"Mateus: O Espetacularizador" conseguiu o relato de dois ecanos dispostos a contar os traumas a que estão sendo submetidos por sua escolha sexual.

                           L. M. C., 23 anos, do curso de Publicidade e Propaganda


"Foi com socos e pontapés que fui recebido em uma festa da ECA no Jogos Universitários. Tudo isso porque cheguei de mãos dadas com uma menina da Casper. Em um primeiro momento, pensei que o motivo era da menina ser de uma faculdade rival. Mas foi só durante os chutes que eu fui ouvindo gritos de "sai para lá, hétero", "lugar de hétero não é aqui" que eu fui percebendo o real motivo da agressão. E isso não foi a primeira vez. Em mais de uma ocasião já fui deixado de lado quando contei minha orientação sexual. Em um trabalho no semestre passado cheguei ao absurdo de entregar uma monografia sozinho pois ninguém queria fazer grupo comigo. 


                                   J. L. M. O., 22 anos, do curso de Turismo

Antes de entrar aqui na ECA eu já sabia que havia muitos homossexuais, amigas minhas de infância entraram aqui antes de mim e contavam como era. Mas elas falavam em um ambiente democrático, liberal. Mas o que eu tenho visto em três anos de faculdade é que os héteros estão sendo expulsos aos poucos daqui. A gente é visto como personas non gratas. Eu já beijei meninas por curiosidade, e confesso que gostei bastante, mas as lésbicas aqui não levam isso em conta. Falam que ou você é ou você não é. No banheiro, elas me olham desconfiadas. Um dia duas delas me trancaram no banheiro e abusaram de mim pois viram que eu tinha ganho uma caixa de bombons de um carinha que eu tava paquerando. A minha rotina na faculdade virou uma só: medo. 

Um comentário: